INSS suspende contrato com a Crefisa após série de reclamações
O INSS anunciou a suspensão temporária do contrato com a financeira Crefisa, responsável por pagar a maior parte dos benefícios previdenciários desde o início de 2025. A medida, que vale apenas para novos pagamentos, foi tomada após uma onda de reclamações de aposentados e pensionistas em várias partes do país.
Entre os problemas relatados estão dificuldades para sacar o dinheiro, recusa de pagamento, filas enormes em pontos de atendimento, falta de caixas eletrônicos e até situações de pressão para que beneficiários abrissem conta ou contratassem outros serviços da empresa, o que caracteriza venda casada. Houve ainda relatos de portabilidade forçada, quando o aposentado é levado a transferir o benefício sem ter pedido.
As queixas chegaram de todos os lados: Procons, Ministério Público Federal, OAB, ouvidorias e, principalmente, dos próprios segurados. Diante desse cenário, o INSS afirmou que a suspensão é uma medida de proteção, para evitar que mais pessoas passem por transtornos até que a situação seja investigada com mais profundidade.
A Crefisa, por sua vez, disse ter sido pega de surpresa com o anúncio. A empresa afirma atender mais de um milhão de beneficiários, que menos de 5% abriram conta em suas agências e que nunca houve prática de venda casada ou coação. Também declarou ter investido em estrutura e tecnologia para cumprir o contrato, que previa a administração dos pagamentos de 2025 a 2029.
O caso é delicado porque a Crefisa havia vencido 25 dos 26 lotes do leilão realizado no ano passado, tornando-se praticamente a principal responsável pela nova folha de pagamentos do INSS. Com a suspensão, o instituto deve definir como será feito o atendimento para os segurados que ainda aguardam receber pela primeira vez.
Por enquanto, quem já recebe os benefícios continua com os pagamentos normalmente.
