Do lixo à medicina: a luta de um jovem que emociona

0
23

Do lixo à medicina: a luta de um jovem que emociona

Um jovem de 24 anos tem chamado a atenção pela força de vontade e pela rotina puxada que enfrenta para conquistar o tão sonhado diploma de medicina.

Guilherme da Silva Mazini, morador de Presidente Prudente, divide o tempo entre duas realidades bem diferentes. De dia, encara a pesada carga horária de um curso integral de medicina, considerado um dos mais caros e elitizados do país, com mensalidades que podem chegar a R$ 16 mil. À noite, veste o uniforme da limpeza urbana e assume o papel de coletor de lixo.

A correria diária

As aulas vão das 7h30 às 17h10. Pouco depois, Guilherme já precisa estar na coleta, em escala 6×1, de segunda a sábado. Para dar conta, sai 10 minutos antes da faculdade e chega 10 minutos depois ao trabalho. O descanso quase não existe: a jornada termina por volta da meia-noite.

Mesmo assim, ele garante que não desanima. “Sempre gostei de servir a comunidade. Não é à toa que escolhi a área da saúde”, conta.

O começo difícil

O trabalho na coleta começou há três anos, quando ele ainda cursava enfermagem pelo Prouni. Passou em concurso, ficou em 2º lugar e enfrentou dores no corpo e muito esforço físico no início. Mas foi justamente a flexibilidade da função que permitiu que seguisse estudando.

“A rotina é pesada, a ansiedade é grande, mas o sonho é maior”, afirma.

O futuro na medicina

Já no segundo semestre, Guilherme decidiu seguir para a psiquiatria. Quer trabalhar com saúde mental e acredita no poder de “levantar as pessoas e dar futuro melhor”.

Ele não se abala com preconceitos. “Existe, sim, mas não me deixo levar. Meu foco é no estudo e em ajudar.”

Apoio da família

Antes de ser coletor, trabalhou em supermercado. Hoje, divide a luta pelos estudos com a irmã, que também cursa medicina pelo FIES. Sua maior inspiração é a mãe, que sempre o apoiou.

“Gosto da responsabilidade e de ter impacto na vida das pessoas. É isso que me motiva a seguir.”

Entre os sacos de lixo e os livros de anatomia, Guilherme mostra que sonho não se joga fora — se carrega, com força e coragem, até o fim.

Tenda Atacado