Ex-presidente da Apae é condenado a 22 anos por morte de secretária em caso que chocou Bauru
O Tribunal do Júri condenou Roberto Franceschetti Filho, ex-presidente da Apae, a 22 anos e 6 meses de prisão em regime fechado pela morte de Claudia Lobo, ex-secretária da instituição. O julgamento, que terminou nesta sexta-feira (10), encerra mais de um ano de investigação e intensa comoção na cidade.
A sentença inclui os crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Os jurados acolheram a tese do Ministério Público, que apontou motivo torpe, dissimulação e uso de recurso que impediu a defesa da vítima.
Outro acusado, Dilomar Batista, que trabalhava no almoxarifado da entidade, foi condenado a 1 ano e 6 meses em regime aberto, pena substituída por prestação pecuniária e serviços comunitários. Ambos ainda terão de pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais à enteada da vítima, Letícia Lobo.
O caso ganhou grande repercussão em Bauru desde o desaparecimento de Claudia, em agosto de 2024. Ela foi vista pela última vez ao sair da Apae dirigindo um carro da instituição. O veículo foi encontrado abandonado, e, dias depois, fragmentos de ossos foram localizados em uma área rural da cidade. No entanto, os exames não conseguiram confirmar se os restos mortais pertenciam à vítima.
Durante as investigações, o Ministério Público sustentou que Franceschetti teria planejado o assassinato para impedir que Claudia denunciasse supostas irregularidades financeiras dentro da entidade. A defesa, por sua vez, negou o envolvimento e afirmou que não há provas diretas que liguem o ex-dirigente ao crime.
A condenação de Franceschetti representa um marco simbólico para a cidade e para o setor filantrópico, ao expor as consequências de abusos de poder dentro de instituições que vivem da confiança pública. Ele não poderá recorrer em liberdade, e o caso segue agora para as instâncias superiores.
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