Fila se forma hoje em Jaú contra cobrança sindical e expõe desgaste entre trabalhadores e sindicato

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Fila se forma hoje em Jaú contra cobrança sindical e expõe desgaste entre trabalhadores e sindicato

Uma fila enorme se formou nesta terça-feira (22) em frente ao sindicato dos funcionários das indústrias calçadistas de Jaú. Desde cedo, trabalhadores ocuparam a calçada para entregar, pessoalmente, a carta de oposição à cobrança da contribuição sindical, que voltou a ser descontada automaticamente, a menos que o funcionário manifeste por escrito que não quer pagar.

A medida, adotada também pelo Sindicato dos Calçadistas em Jaú, exigindo a desindicalização manual, acabou atrapalhando o ritmo de trabalho nas fábricas da cidade. Com muitos funcionários ausentes ou saindo mais cedo para enfrentar a fila, as próprias indústrias calçadistas, que já enfrentam um momento econômico delicado, foram prejudicadas.

Mesmo após a reforma trabalhista de 2017, que tornou a contribuição sindical opcional, alguns sindicatos têm retomado a cobrança de forma automática — e exigem que o trabalhador vá pessoalmente até o local para formalizar a recusa.

O que se viu hoje em Jaú foi reflexo direto dessa decisão. Muitos operários alegam que só ficaram sabendo da exigência dias antes do prazo final, o que gerou tumulto e filas longas.

Diante da situação, fica evidente que o Sindicato dos Funcionários nas Indústrias Calçadistas de Jaú poderia ter adotado um método mais prático, moderno e acessível para que os trabalhadores manifestassem sua oposição, como o uso de formulários digitais, agendamentos ou recebimento por e-mail, por exemplo.

O direito de contribuir deve ser respeitado — mas o direito de escolher não pode se transformar em transtorno. E a responsabilidade por garantir esse equilíbrio é de quem representa a classe trabalhadora.

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