Aruna e Kiraz: morre a última das gêmeas siamesas e se encerra uma história de luta e comoção

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Aruna e Kiraz: morre a última das gêmeas siamesas e se encerra uma história de luta e comoção

A morte de Aruna, confirmada nesta quarta-feira, 24 de dezembro, encerra uma das histórias mais marcantes e dolorosas acompanhadas pela região nos últimos meses. Ela era a última sobrevivente das gêmeas siamesas nascidas em Igaraçu do Tietê e lutava pela vida desde os primeiros dias após uma complexa cirurgia de separação. A notícia gerou forte comoção e mobilizou mensagens de fé, solidariedade e apoio à família.

As irmãs Kiraz e Aruna nasceram unidas pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando estruturas vitais, principalmente o fígado, além de uma delicada rede vascular. Desde o nascimento, o caso exigiu acompanhamento intensivo e avaliações constantes, já que qualquer intervenção cirúrgica representava alto risco. Após meses de planejamento, uma equipe multidisciplinar realizou a cirurgia de separação, considerada extremamente delicada e de longa duração.

Apesar do êxito técnico do procedimento, Kiraz não resistiu às complicações do pós-operatório e teve a morte confirmada dias depois. A equipe médica informou que o quadro evoluiu com instabilidade clínica grave, levando à falência de múltiplos órgãos, cenário comum em cirurgias desse porte e complexidade.

Após a perda da primeira irmã, Aruna permaneceu internada em unidade de terapia intensiva, sob cuidados contínuos. Em um primeiro momento, apresentou sinais de recuperação, reagindo aos tratamentos e chegando a despertar esperança entre familiares e profissionais de saúde. No entanto, nas últimas semanas, o quadro clínico se agravou em razão de uma infecção severa, que evoluiu para sepse, condição caracterizada pela disseminação da infecção pelo organismo.

Mesmo com o uso de antibióticos potentes, suporte ventilatório e monitoramento intensivo, Aruna não resistiu. A morte foi confirmada na véspera do Natal, encerrando uma luta que mobilizou profissionais da saúde e pessoas de todo o país.

A despedida de Aruna representa também a despedida de Kiraz. Duas vidas breves, mas marcadas por coragem, fé e pela comoção coletiva que transformou a história das gêmeas em um símbolo de luta e humanidade.

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